Torrente de humanidade

É impossível não lembrar hoje S. João de Deus, um homem que foi uma torrente de humanidade, por isso lhe chamamos São João de Deus.
Nasceu em 1495, em Montemor-o-Novo e passou a maior parte da sua vida em Espanha trabalhando no que a sorte lhe oferecia. Um dia, pareceu-lhe ver, como num sonho, o Menino Jesus que lhe dizia: “João, Granada será a tua cruz!”. Foi, por isso, na cidade de Granada que ele deu início à Ordem Hospitaleira que, hoje, tem o seu nome.
Ali criou uma “casa geral” onde «se albergavam pobres de todo o género de enfermidades, homens e mulheres, sem rejeitar ninguém, gente com pequenos tumores de pele, chagados, tolhidos, incuráveis, feridos, desamparados, meninos tinhosos e que mandava criar muitos que lhe deixavam à porta, loucos e deficientes mentais, até estudantes que mantinha, e envergonhados em suas casas [...]. Uma cozinha para os mendigos e peregrinos para que se abrigassem de noite a dormir e se resguardassem do frio, tão ampla e de tão forte estrutura que cabiam à larga mais de duzentos pobres». A “casa geral” alcançou uma organização metódica: uma parte estava reservada aos pobres, aos sem abrigo e aos peregrinos; outra albergava os doentes: uma secção para os operados, outra para doenças genéricas, uma para meninos, outra para os dementes, por quem João tinha uma predilecção especial. E nela vigorava uma regra nova, nunca antes praticada: uma cama para cada doente. Era o testemunho do respeito pela dignidade humana, qualquer que fosse a situação da pessoa.
Foi o bispo de Tuy, Espanha, que ao ver a sua vida e as suas obras, chamou “João de Deus” àquele que, até então, era conhecido por João Cidade.
Que homem! Que santo! Que inspirador para os nossos dias! Dia de S. João de Deus! Que sonharão hoje os Irmãos Hospitaleiros conhecidos pelo seu nome?

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