O mergulho da fé

Paulo era um sábio das Escrituras e um fiel defensor da fé do Antigo Testamento, mas no caminho de Damasco, quando a voz de Cristo Ressuscitado lhe falou, percebeu que os seus olhos estavam cobertos de escamas, estavam cegos para a verdadeira vocação a que Deus o chamava. Ele conhecia a história de Jesus, sabia o que Ele tinha dito e feito, conhecia os seus discípulos e gente que tinha acolhido a sua mensagem, mas vivia montado no seu saber, fiado das suas próprias forças, convencido da sua sabedoria humana, impenetrável à luz da verdade.
Depois de ter ouvido a voz de Jesus, foi para Damasco, onde foi acolhido e baptizado por Ananias; recuperou as forças e discerniu a sua vocação. Foi ali que ele deu o mergulho da fé: acreditou, aderiu no fundo do coração a Cristo, virou a sua vida do avesso começando a anunciar a sua pessoa e a sua doutrina por todo o lado. Proclamava com toda a energia que «Jesus é o Senhor», e propunha com tanto entusiasmo o que antes combatia, que era difícil acreditar nele, e começaram logo a persegui-lo. Mas não houve forma de o calar. «Ai de mim, se não anunciar Jesus Cristo!», dizia.
O caminho de Damasco é para os cristãos o símbolo do encontro com Deus, com Jesus ressuscitado. O encontro leva à descoberta da vocação e da missão; esta descoberta provoca à conversão (mudar de direcção); a conversão é o mergulho da fé que permite dizer: «pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que me foi dada, não foi estéril» (1Cor 15,10).

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